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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Pinto-me de escuridão.
Exturco-te a luz,
Semeando o terror
Nos solos que sovas.
Promovo miséria.
Exaltando com a verdade,
A desigualdade
Com que te tratas.
Fome!
Exiges…
Revogas…
Solicitas…
Reconsideras…
Inquietas a terra,
Esgravatando-a.
Uma esperança
Depositada no deparo
Incerto com uma raiz…
Enterras as tuas gadanhas.
Cravas as tuas unhas
Sem que saibas o vazio
Onde procuras e,
A cegueira onde te arruínas.
Anseias…
Suspiras…
Nada há em redor de ti
Senão um voraz orgulho.
Fraquejas pelos poros,
Destilando misericórdia.
Sei-te o sentimento.
Cheiro-o.
Ouço-o.
Vejo-o.
Toco-lhe…
Saboreio-o, por fim.
Deleitando-me
Com as tuas súplicas.
Estás faminta.
Mendigas…
Dou-te pão.
Não apenas para que mates a fome…
Mas para que te lembres
Para o resto de todo o teu
Sempre que
Um dia, a humildade te salvou...

Pedro Rodrigues, 4-12-2008

2 comentários:

Anónimo disse...

fortes imagens, como um homem que berra aos ouvidos de um espirito enfraquecido.

Tânia de Matos Santos disse...

incrível as sínteses de imagens. e é um berro em silêncio, lindo!