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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Marionetas


Tremem como valas
Repletas de corpos feridos.
Gritando na cratera
De um veneno vivo,
Os últimos suspiros
De um som abafado
Pela virilidade
Das balas.

Ao longe,
Os batalhões continentes.
Circulando como cifras,
Gotejando como torneiras,
Paralisados como mártires
Vomitados pela História.

No covil,
Supremos comandam
Corpos reais
Como actores que presenteiam
Plateias nos teatros,
Com espectáculos de marionetas.

Fumo,
Muito fumo.
Medo,
Bastante medo.
E tecnologia,
Imensa tecnologia.

E os bonecos
Já não são de madeira,
Nem suportados por fios.
E aplausos são arrancados
Como crostas de uma matéria
Cada vez mais real…

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