Sopros de abandono.
Frívolos, reais, vulgares.
Sagacidades inóspitas
Num leito voraz, atroz, uno…
Desaguam no silêncio de
um tornado abandonado
Vozes berrantes de uma
certeza incerta.
Uma ferida aberta
que sangra fechada
debaixo da capa de um livro.
Um assunto abafado
por sombras de uma agonia
estranha de si própria.
Cordas que me atam,
mordazes como um relâmpago
inócuo que abafa a história
de uma árvore, impedindo-a de
envelhecer na solidão de um campo usado.
Perco-me num indecoroso galopar
De desprovidas displicências.
Na cicatriz que me dói
Pela saudade de nada sentir.
De esconder sem entender os
Erros calculistas de uma infrutífera rédea
pousada no dorso da vida, que me repara
Sem que eu a veja.
Queimo o meu corpo
no vazio da tua ausência
só para ver o oxigénio
Lutar como eu luto,
Coabitar como eu habito,
E esgotando-se como se dilacera
uma mácula vestida de rudimentares rostos
remanescentes em resquícios rudes.
Oh ninfa de um cosmos
para lá do verosimilhante!
Mostrai-me os coriscos
da bem-aventurança,
Extinga todos os redundantes
enganos da semelhança
E não sejais ímpar e
transparentemente pleonástica,
No cognome do ortónimo existencial,
Que é a Vida.
Pedro Rodrigues em parceria com Diogo Rodrigues.
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