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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

- Para onde Senhor?!
Para onde irei se não tenho casa…
Se não tenho família…
Se não me tenho a mim próprio…
Se trago apenas esta loucura
Dentro de mim!
Sim…
Para onde?

Para a Terra...
Onde todos são,
Não sendo iguais
À loucura de que te fazes,
Semelhantes à demência
Que desconheces.





domingo, 28 de dezembro de 2008

Rastejas.


Rastejas…
Observo-te.
Rojas o chão
Porque nele deixei,
Perdida, uma nota.
Decifras-lhe o significado.
E toda a semântica,
Em ti, se traduz em números.
Fico mais um pouco.
O tempo suficiente
Para te ver o brilho nos olhos.
As carícias que evocas
No papel.
Puras… Sentidas…
Guarda-la.
Sobe mais alto
Que a minha altura,
O sarcasmo que esse acto
Me provoca.
Atiro outra.
Tu apanha-la,
Vorazmente.
Mais uma…
Chove-te felicidade
Na expressão.
E outra...
Não te levantas.
Jamais te levantarás…
Porque o peso
Que trazes na mente
Jamais se comparará
À leveza de todo o
Meu corpo.
Cuspo-te mais uns cifrões…
Vens-te!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Perco-me em ti.


Perco-me em ti.
Que estranha forma de perdição.
E digitando impressões
No trilho da tua presença,
Assinalo a minha marca.
Consomes-me.
Ouço a tua saliva
Dizendo que me deseja.
Sinto-te o tremor nas fibras
E consciencializo-me da tua ânsia.
O teu perfume
Segreda a tua vontade
De me agradar.
O meu olhar…
Um prado de sedução
Que te satisfaz.
Uma sensação de,
Inépcia à fuga.
Tu, gostas.
Perdemo-nos os dois…

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Pinto-me de escuridão.
Exturco-te a luz,
Semeando o terror
Nos solos que sovas.
Promovo miséria.
Exaltando com a verdade,
A desigualdade
Com que te tratas.
Fome!
Exiges…
Revogas…
Solicitas…
Reconsideras…
Inquietas a terra,
Esgravatando-a.
Uma esperança
Depositada no deparo
Incerto com uma raiz…
Enterras as tuas gadanhas.
Cravas as tuas unhas
Sem que saibas o vazio
Onde procuras e,
A cegueira onde te arruínas.
Anseias…
Suspiras…
Nada há em redor de ti
Senão um voraz orgulho.
Fraquejas pelos poros,
Destilando misericórdia.
Sei-te o sentimento.
Cheiro-o.
Ouço-o.
Vejo-o.
Toco-lhe…
Saboreio-o, por fim.
Deleitando-me
Com as tuas súplicas.
Estás faminta.
Mendigas…
Dou-te pão.
Não apenas para que mates a fome…
Mas para que te lembres
Para o resto de todo o teu
Sempre que
Um dia, a humildade te salvou...

Pedro Rodrigues, 4-12-2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Subo o piano.


Subo o piano
E, tocando cada tecla,
Rasgo de desejo
A tua pele.
O sangue cai,
De um vermelho
Claro…
De um encarnado escuro…
Escorre-te pelo
Corpo duro…
Coberto de sedução…
Intimidas-me com o teu nariz.
Sinto-lhe o toque enquanto me beijas.
Detecto nos teus olhos
O quanto me desejas.
Mendigas-me.
A tua fome de carne
Torna-te fraca.
E a minha consciência
Quase teu dono.
Noites silenciosas de Outono,
Recintos da minha eloquência
Corporal. Intimidade que se divaga
Por todo teu físico infernal.
Mordo-te os mamilos,
Chicoteio cada retalho de teu pensamento
Repudiando-te… Ansiando-te…
Provo-te a seiva.
Lambendo-a das tuas curvas corpóreas.
Sei-te o sabor…
E tu…
Que sabes de mim?
Nada.
Apenas que a minha força
Te enfraquece
Ao mesmo tempo que te enlouquece
De um ódio de amar eterno
Como a origem do Universo.

Pedro Rodrigues, 2-12-2008.

domingo, 23 de novembro de 2008

Nós, os outros e a infelicidade.


Hoje falo de algo íntimo, hoje exponho a vida, o estilo com que vivemos e, o modo como isso pode influenciar a nosso próprio caminho para a glória, o nosso adormecer na seda mais pura existente à face da terra, a nossa real consciência de que tudo o que fizemos tem um sentido de bondade e de sinceridade, enfim, a nossa derradeira e merecida, ou não, auto-realização.
Quem somos, pergunto-vos… De onde viemos, interrogo-vos… Conseguir-me-ão responder a uma questão tão simples como esta? A origem das vossas raízes… Decerto que não. Então porque tentam, continuamente, cruelmente ou, podendo até admitir que muitas vezes sem aparente consciência maliciosa, atribuir um sentido aos actos alheios?
Sim… É verdade, em determinados momentos das nossas vidas, uma questão tão pertinente, filosófica e legítima como a que concerne à ânsia de saber as nossas verídicas origens parece (mesmo sendo de difícil, ou de quase impossível resposta pois impossíveis não existem na realidade mas, antes capacidades ou incapacidades, de violar a ética comum) conseguir ser de bem mais acessível resolução do que a razão que nos leva a julgar os actos de quem nos está tão próximo… De quem também partilha a mesma ânsia de saber, no que a sua existência diz respeito, de quem partilha as mesmas dores (apesar de terem modos de expressão dissemelhantes) ou, de quem conhece as mesmas alegrias (destoando-se apenas nas suas formas) e é meramente julgado pela diferente postura que adopta, quando dá fugacidade, talvez, àquele que parece ser um hipócrita modelo padrão daquilo que deve ser a conduta comum humana…
Nós não somos ninguém. À margem disso podemos ser tudo aquilo que quisermos, porque usufruímos de uma liberdade igual à de todos os outros seres vivos. Se é verdade, que pensamos e, se é exacto que tenhamos um indício de racionalidade bem mais superior do que qualquer outra criatura pertencente a uma diferente espécie, também é de fácil apreciação que comecemos a agir de acordo com esses mesmos vestígios de supremacia. Sim, supremacia! Com todo o gosto, supremacia… Com toda a vaidade, supremacia… Com todo o prazer, supremacia… Não esqueçam, porém, que alguém que está num nível superior a outrem acarreta responsabilidades. Podemos, absolutamente, referir, com todo o orgulho, que somos a espécie superior, contudo, o que não podemos fazer é tornar esse saber em algo que só uma minoria pode ter acesso. Como líderes de espécies, temos o dever de ensinar às demais qual o melhor caminho para a paz, para a estabilidade e para a harmonia, que tanta falta fazem ao ecossistema terrestre.
E se todos nós temos uma missão, a de ensinar a chave para o sucesso… O como, de termos chegado a um patamar tão elevado de superioridade, não pode haver um porquê de criticarmos quem age de modo diferente, mas antes deverá ser criado um… - Vê! Um: - Repara! Um: - Olha para mim e aprende comigo como é bom propagar o bem e poder ser, legitimamente, um ser superior…
O que vamos vendo é bem discrepante, e eu, sei-o… Os que são superiores cegam com o poder, e os que não o são, em vez de se prestarem a aprender, sendo humildes e contribuindo para o avanço da civilização, tendem a cobiçar e a tornar, lógica, desta forma, a cegueira de autoridade dos seres superiores, que em vez de se predisporem a ensinar vão-se limitando a pensar que vivem, balbuciando-se com aquilo que passam a perspectivar como sendo o melhor modo de coabitar, mas que não é mais do que uma simples, estranha e lenta forma de morte intelectual e espiritual.
Não creio, ou melhor, evito influenciar a opinião alheia sobre assuntos metafísicos, todavia, duvido que alguma pessoa, aquando a hora da despedida deste mundo se anuncie, quando retroceda na sua vida, aproveitando o que as últimas lufadas de memória ainda lhe conceda, conviva bem com os actos desumanos que tenha cometido… Ao trocar, por exemplo, uma oportunidade de ouro, como é a de poder ensinar alguém a ascender ao mesmo nível de intelectualização, por um ou mais momentos de egocentrismo evidenciado pela exaltação do seu poder.
Julgar, por vezes, ou melhor, na maior parte das vezes, pode parecer o caminho mais claro quando não possuímos factos nem argumentos, contudo, é um dos mais sombrios cursos que podemos percorrer para atingir de forma negativa e vil, o sujeito figurativo desse julgamento. A não esquecer, igualmente, que o tempo não congela, e por isso, também os que deduzem poderão a qualquer momento das suas vazias e impetuosas vidas, serem alvos de calúnias que os levem não só a cair no fundo do poço, como também a aderirem-se a ele como qualquer pedaço de metal se agarra a um íman, tornando-se bastante complicado haver lugar para uma possível separação (no caso do metal que se agarra ao íman), ou salvação (num caso mais grotesco, quando o ser humano se deixa de acreditar de si próprio).
Não pensemos nos outros portanto, esse é o meu conselho. E se pensarmos que seja para os auxiliar, caso eles necessitem ou, simplesmente, desfrutar da sua amável (como deverá ser sempre) companhia. E se errarmos, pois claro… Que nenhum de nós está livre de cair na desgraça… Que tenhamos a humildade suficiente para nos erguermos e recomeçarmos a nossa crença no bem novamente… E que nunca… Mas nunca… Tenhamos o desprazer de vir a presenciar em títulos de outros textos, uma vergonha global, ali, estampada em papel, que nos diga, embaraçosamente: Nós, os outros e a infelicidade.

Compreender, é o mais difícil do actos a ter, justamente porque é o mais fácil de aplicar… (Pedro Rodrigues, 17-10-2008).


Editado a 9 de Dezembro de 2007.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tocam os teus seios no meu peito


Tocam os teus seios no meu peito
Suaves... Córneos... Privados...
Saciando a sua míngua
A cada passagem da minha língua.
Esguios, sedutores, ousados...
Fogem e aventuram-se
Nos meus beijos apaixonados...
Os mesmos que, de tão molhados,
Te aceleram... Ouço-te o coração.
Sinto-o, a cada sorvo
roubado em teu pescoço...
Assim como te sei a respiração,
Comunicando tua postura submissa.
Caíste no fundo de um poço,
E toda a resistência em ti se foi
Porque as forças já te desocuparam...
E tu sabia-lo, assim
que as nossas bocas se cruzaram.
E tudo o que em ti ainda dói
Foi porque minhas mãos ainda não lá chegaram...
E elas descem... Fortes... Gulosas...
Sabidas...
Segurando tuas nádegas robustas,
Assegurando que se mantém erguidas.
Desvendo o mapa da tua fisiologia
Tocando-te com meus dedos...
Esqueces-te de todos os medos,
E deixas que a harmonia nos envolva
Num oceano de sedução.
Bruscamente te inverto e...
Aturdida, no meio de toda esta perdição,
Eu pussuo-te... A cada acto de
Penetração...
O desejo evapora-se pelos teus poros
Lentamente...
Os sons... Anunciam a carne
consumida pelo prazer.
E em êxtase, onde o corpo se perde
Da mente
Tu deixas-te de entender...
E perdida de tudo o que soubeste ser,
Conheces-te, finalmente.
E olhas em meus olhos aliviada
Porque sabes, afinal, que eu te observei
Nua, selvagem, autêntica...
E toleras... E respeitas...
Por saberes que esse acto obsceno
De eu te querer conhecer intimamente
Fez com que te conhecesses
verdadeiramente a ti própria...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Adoro o meu Portugal tradicionalista.


Adoro a minha nação... Um país de costumes, onde as tradições não são só mantidas como são passadas às gerações vindouras... Um país onde se estimam as diferenças, de onde emanam expressões grunhidas de todo um povo, onde se crê naquilo em que não se vê em primeira pessoa...
Um país onde coabita a figura tipicamente portuguesa, apresentada pela pessoa de Manuel Alcagoita, aquele português simpático, de bigode quase a cobrir a boca, que despeja para o chão sublime da nossa terra, "escarretas", catarro e, outros tipos de alojo de sobra orgânica. Um país onde um simples peido se transforma na mais bela das piadas... Tamanha é a risada que provoca que até as hienas se acanhariam de suas risotas aquando ao lado dos portugueses... Qual "American Pie" no inicio da sua saga... Qual "Doidos por Mary", ou "Rambo´s"... Quando se peida um português riem logo dois ou três!
Sim... O meu povo é feliz... E humilde... Tão humilde que até uma simples "caralhada" lhes despoleta uma simples "carcachadinha" (risadinha) ou uma verdadeira barrigada de rir... Adoro viver num país onde Fernandos Rochas teriam, se quisessem, lugar garantido como presidentes da república ou, Castelos Brancos poderiam tornar-se verdadeiros embaixadores nacionais... Quais Figos, Fernandos Coutos, Rosas Motas ou Eusébios...
Adoro a minha gente... Os putos lá na escola, que começam cedo a mostrar que somos um povo grandioso... Quando, por exemplo, o professor pergunta algo ao Tonecas lá do sítio e ele respinga haveres sem nexo... É a risota total, o Tonecas é idolatrado até ao fim da sua estadia no estabelecimento de ensino, pelo resto da malta estudantil e, recompensado com uma fantástica posição de calceteiro ou talhante, até ao fim dos seus dias...
A malta mais velha... Essa tem mais tino, que é como quem diz, mais juízo... Esses sabem como se divertir, como quem se diverte a sério... Qual cultura inglesa, com o seu humor negro que a bem caracteriza... Qual cultura brasileira, do sorriso e alegria natural... Qual cultura asiática, de origem humilde e facilmente risonha... Um simples: - Sai da frente ó ranhoso que eu não consigo ver a bola! É o que basta para transformar um modesto estabelecimento como um café, num gigantesco espaço de zombaria... Para os mais cépticos, que também os há, na nossa amada cultura, para esses também há pagode... Umas vezes esperam mais, noutras esperam menos... Mas acaba sempre por sair um: - Este ministro é um gatuno! É um ladrão! Que faz com que eles esbocem uma leve mas real gargalhada...
Ai... Ai... Como é culta a minha gente... Como é generosa e afável... Inteligente e humilde... São contributos como estes que me fazem acreditar no sucesso de amanhã, para a minha nação... São qualidades como estas, presentes no seio deste meu querido povo, que me fazem babar ao dizer: - Adoro o meu Portugal tradicionalista...