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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Não me consigo exprimir


Não me consigo exprimir.

O meu coração é um jardim
Onde rosas choram lágrimas
De vidro que ferem espinhos.

A minha mente, uma cratera
Onde o vento impera
Cantando na solidão
De uma destruição concretizada.

E todo o meu corpo
É como prata fundida,
Reflectindo o céu.

Sento-me,
Inclino-me
E deixo que a
Minha sombra
Se espalhe pelo chão
De um campo de
Cravos negros.

Clamo.
Não sei porquê,
Não sei de quê.
Talvez apenas
Porque o que me consome
Por dentro queira sair.
Porque o que me fere,
Deseje acabar de arder
Em território neutro.

Porque o meu coração foi um jardim
Onde rosas se protegiam
Das lágrimas, com espinhos.

A minha mente,
Um bloco de conhecimento
Estruturado por camadas
Maciças de certeza.

E todo o meu corpo
Foi como ouro sólido,
Reflectindo com vaidade
O seu brilho.

Não me consigo exprimir.

A fogueira adormece.
Os cravos confundem-se
Na escuridão da noite.
A sombra abandona-me
E o grito desaparece
Ao longe, com o vulto
Que sou…

sábado, 11 de julho de 2009

É noite.



É noite,
É tarde.
As luzes da rua
Iluminam-me,
Trazem a certeza
Das horas nos olhos
E o esplendor da solidão
Nas pernas.

É noite
E está tarde,
Talvez também para ela
Que oscila entre
A luz dos candeeiros
Inglórios da cidade
E a escuridão das
Suas ruas despistadas.

Se tivesse um caderno
Possuía-a por trás
Ali mesmo.

Mas o caderno não veio,
A poesia não verte e,
Só porque é noite
E está tarde,
A razão sem verdade
Deste encontro
Rumará efémera
Comigo até casa,
Onde estendida
Sobre os lençóis da cama,
Sairá derrotada
Quando, no clímax
Da sua covardia,
Remoer na sombra
Do que poderia ter sido
Uma noite interessante…