BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O que Voltaire diz já não condiz - Capítulo I


“O trabalho afasta três males: o aborrecimento, o vício, a pobreza”, dizia Voltaire. Pois bem, em Portugal e, nos dias que correm, o trabalho nunca conseguiu congregar tão bem estes três conceitos, pelo menos desde que eu me lembre.

Quem trabalha, cada vez tem de o fazer mais e mais e mais, diluindo desse modo e, por questões temporais, qualquer outra espécie de vício. O que me leva a pensar que o trabalho de certa forma tem-se tornado cada vez mais o vício dos necessitados, que o consomem para combater a pobreza que é uma réplica cada vez mais autêntica da realidade onde vivemos.

Quanto ao aborrecimento, esse é claro e por isso simples de explicar: Basta reflectirem (e isso faz-se enquanto estiverem a fazer as vossas necessidades básicas sem prejudicar de forma alguma o vosso pouco tempo) sobre a sobrecarga de trabalho quase sempre não remunerado que sustentam entre os vossos ombros todos os dias. É claramente um enorme aborrecimento.

E cá vamos nós sobrevivendo como sempre o soubemos fazer. Enganando a própria consciência com um futuro utópico e que nunca será, se nada fizermos, mais do que senão e só mesmo isso. Um futuro eternamente por acontecer porque o sonho não teve coragem de romper o útero da vida para se erguer como um homenzinho…

Até Breve.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Resposta de Belém a uma apresentação de um projecto para por termo à crise económica portuguesa.


E pronto, esta foi a resposta que obtive na sequência do email que enviei a semana passada para a Página Oficial da Presidência da República, designadamente para uma secção que dizia em letras gordas ESCREVA AO PRESIDENTE, e que consistia, muito resumidamente, numa manifestação pública de cidadania que tinha por objectivo o auxilio gratuito ao Sr. Presidente face ao grave problema económico que o país atravessa na actualidade.

Disponibilizei-me inteiramente para falar com o nosso Presidente por telefone, caso ele não tivesse disponibilidade de me receber presencialmente, por acreditar que tenho em mãos um projecto interessante para gerar lucro rápido para o país mas que, nas mãos erradas poderia gerar alguma controvérsia...

Afinal parece que me equivoquei, o país não deve andar assim tão mal...

Pimponeta.

Ri, boca, ri. Que os olhos pagam as tuas dívidas e estes braços amortizam os juros que as nossas pernas não conseguem saudar. Dos ombros, uma notícia apenas. O mesmo cansaço de sempre e que aparece só quando lhe convém, oferecendo aquele velho e conhecido ar de sua graça aos restantes membros já desfalecidos. E tudo o que se ergue neste corpo é pó antes mesmo de ter sido vida. E tudo o que tremelica no útero da testa é filho de pai incógnito.

Ri, boca, ri. Aproveita enquanto podes… Que de amanhã ninguém sabe, e não vás tu ter de vender o próprio sorriso em troca de um naco de pão.

Revolução!

Depois disso, venha mais pinga que brindaremos à força do povo, à ineficácia dos políticos, à ganância dos gestores, à brutalidade da polícia, à devoção extrema dos advogados, à nação?

E porque não?

Venha mais pinga pois então…