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domingo, 21 de março de 2010

Carrossel.



Num dia onde abelhas
Namoriscavam por
Cima do néctar
De malmequeres
E borboletas sacudiam
O vento com as asas,
Andorinhas fingiam
Que comiam
Para não verem
Suas pequenas
Carcaças roubadas.

Os pardais olhavam,
Num dia onde o sol
Reflectia nas teias
De aranha
Um sinal de emboscada.
E grilos anunciavam com
Música, o presságio
De uma morte esperada.

Os gatos olhavam serenos
em cima de um muro.
Os cães permaneciam agitados
Por baixo.
Nas ervas, o som do arrasto
De uma serpente.

O rato comia
Cereais desprevenido.
Não a ouviu,
Não a cheirou
E, quase certamente
Que não a sentiu.

Tssssss...

Com o abalo
As andorinhas fugiram,
Levando consigo um bando
De pardais enganados.
Enquanto abelhas
Se divorciavam das flores
E, Milhares de borboletas
Rumavam assustadas
Sem saberem,
Para um outro vazio.

E o sol
Continuou a queimar teias,
Intensificando a sua presença
Com o emudecimento dos grilos.

Os cães sumiam ao longe,
Os gatos volviam aos
Seus destinos solitários.

E tudo voltou ao normal
Quando a volta do
Carrossel foi cumprida…

1 comentários:

C-ASA disse...

este foi o carrossel que escrevi em tempos:
E então ela entrava-me na vida, derrubando a porta de entrada, sem pensar nas cicatrizes,
no coração todo amassado, numa espécie de caricatura horrenda e inevitável.
Não era o perfume dela que procurava, nem era a rua dela que eu queria cruzar, mas escapava-me primeiro o pé, depois o sol, muito mais tarde uma inútil lágrima (que me lembrava sempre o Inverno), nesses caminhos escuros, onde morri como quem vive.
Já não te espreito na fechadura da memória, já não te levo no carrossel. Deixei-me de apertos. Agora quero aviões e passaportes ilimitados... Parte-te em cacos.